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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Segunda-feira, 02.05.11

ENSAIO: Honda Jazz i-VTEC SOHC IMA (*) - 1.4 Híbrido

A gasolina ou o gasóleo? Quantas vezes a questão não se coloca na altura de comprar um carro? A diferença de preço entre os dois combustíveis e o desenvolvimento de motores diesel com cilindradas mais baixas, que não encarecem tanto o preço final do automóvel, têm feito esta pergunta surgir até mesmo na altura de escolher um utilitário para uso privado.
No caso do Honda Jazz o problema não se coloca. Por enquanto, pelo menos até à chegada de um pequeno bloco diesel, a dúvida está em perceber se valerá a pena apostar num modelo híbrido, à partida mais económico, amigo do ambiente e tecnicamente mais evoluído, ou enveredar por uma versão mais convencional.

Se aquilo que o leitor procura é economizar nos consumos, mas não efectua muitos quilómetros por ano, os 3 mil euros que terá de gastar a mais pela versão híbrida equivalente, não justifica, certamente, o que poupará em combustível. Até porque, segundo dados fornecidos pela própria Honda, a diferença do consumo médio entre as versões 1.4 “convencional” e a híbrida, equipada com o mesmo motor e um outro adicional, eléctrico, que lhe garante os 14 cv extra, é de apenas 1 litro. Se optar pela versão 1.2 somente a gasolina, menos potente embora com capacidade mais do que bastante para uma condução não particularmente exigente, então o diferencial de preço é ainda maior: o modelo de entrada com o bloco 1.2 custa à volta dos 13 mil euros.


FarmVille


Por isso, escolher um Jazz híbrido que custa cerca de 20 mil euros, para além da eventual vertente ambiental, pode muito bem partir do desejo de possuir um carro exclusivo e diferente, que se destaca entre os demais (até porque dispõe de uma pintura verde exclusiva…) e, porque não dizê-lo (?), bastante mais divertido e prático do que as restantes versões. Sobretudo quem circular muito em cidade, rapidamente perceberá o benefício e a comodidade de dispor de uma caixa de sete velocidades automática, com “palhetas” atrás do volante que a tornam sequencial, ou a validade de contar com um acréscimo de potência — mas principalmente de binário — fornecidos pelo motor eléctrico, principalmente em subidas ou ao longo das recuperações.
Consoante a vontade e a disposição de cada um, a condução do Jazz híbrido pode ser até encarada como um jogo: o de ir acrescentando folhas às plantas que vão surgindo no painel de bordo, como forma de premiar uma condução mais económica.

Arco-íris


Ao condutor também lhe é permitido acompanhar os progressos dessa poupança. A partir do computador de bordo ou através da variação da cor que ilumina o conta-quilómetros, desde um verde ambiental até a um azul mais carregado que alerta para o aumento do consumo. Um pequeno painel digital mostra qual ou quais os motores que estão a funcionar e os momentos de regeneração da energia, para além das habituais informações das médias, quilómetros percorridos, autonomia e estado da “plantação”.
Como se isto não bastasse, outras possibilidades de poupança estão ao alcance de um pequeno botão, verde e florido, à esquerda do volante. Mantê-lo ligado fará reduzir ainda mais o consumo, cortando alguma força ao motor e atrasando acelerações bruscas, mas também desligando o ar-condicionado quando o sistema “Stop & Go” entra em acção.




(In)consciência ambiental


Quem pelo contrário desejar mandar às malvas tanta sensibilidade ambiental tem bom remédio: desliga este botão “eco”, passa o comando da caixa para o modo desportivo e logo lhe é permitido conduzir com outra dinâmica. O desempenho conjunto dos dois motores confere 167 Nm de binário, valor nada habitual para um motor 1.4 a gasolina. Só que então esqueça o arco-íris…
No fundo, o Honda Jazz Ima segue o mesmo princípio do Honda Insight AQUI ensaiado: um motor convencional a gasolina de 1339 cc (anunciado pela própria Honda como 1.4), acoplado a uma unidade eléctrica que fornece 14 cv adicionais. O mesmo se passa com o Honda CRZ (ver AQUI) embora este alie um motor mais potente.
Para gerir a força de ambos existe uma caixa de velocidades de variação contínua.
Após o ensaio, a conclusão a tirar é que o modo ideal de funcionamento será deixá-la no modo inteiramente automático, ficando a cargo de cada um manter activa a função “eco”. Isto porque o sistema sequencial, sobretudo por causa das tais “palhetas” no volante, inicialmente até ter alguma piada; mas rapidamente se constata que, efectivamente, a caixa automática é capaz de fazer uma melhor gestão do motor.
Depois, acaba por ser muito mais prático não haver a necessidade de nos preocuparmos com o manuseamento da caixa de velocidades. Sobretudo por que esta é a forma mais cómoda de conduzir em cidade.
O modo “eco” castra efectivamente alguma da voluntariedade do motor. Mas o aborrecimento maior, sobretudo nos dias de calor, é que desliga o ar-condicionado! Ora se ninguém quer ficar com o ónus do aquecimento global do planeta, acabar por fazê-lo à custa do nosso suor é certamente bastante mais desagradável...


Sport?


Como atrás afirmei, conduzir ou não com a função “eco” accionada fica ao critério de cada um. Já a vontade de conduzir em modo inteiramente eléctrico… é difícil, mas não impossível.
É principalmente um exercício de paciência para um prazer tão escasso.
Para começar há que manter a aceleração com um “pé de pluma”, em estrada plana, raramente se conseguindo alcançar velocidades acima dos 40 km/h. E após uns poucos de quilómetros a capacidade das baterias fica reduzida a um nível que exige a acção do motor de combustão.
Existe ainda o tal modo “sport”. Na prática oferece uma resposta mais rápida ao acelerar e alonga menos as relações. Esta função servirá quanto muito nas recuperações em subidas ou para vencer um obstáculo. É uma opção cansativa principalmente pelo ruído. É que se o barulho do funcionamento da caixa de variação contínua consegue ser mais abafado no Jazz do que no Insight, nesta condição (Sport), o seu trabalhar torna-se bem evidente dentro do habitáculo.
Mas nem isto faz dele um desportivo, nem essa é a pretensão do fabricante. Antes garantir uma versão com baixos consumos e, por via disso, com emissões reduzidas: apenas 104 gramas por quilómetro.


Interior renovado


Por falar em habitáculo, a chegada do Jazz Híbrido ao mercado português coincidiu com a renovação da gama deste utilitário.
Sem mudar muito em termos de linhas ou de funcionalidade, algumas alterações de cor e de materiais conferiram novo ânimo ao interior do Jazz. Ver AQUI aquilo que mudou.
Em termos de funcionalidade nada a apontar. O Jazz mantém-se como uma das propostas mais versáteis num sub-segmento (também ele híbrido noutro aspecto) de utilitários que, sendo meio-citadinos, possuem a forma exterior de um pequeno monovolume e oferecem algumas funcionalidades extra. O Jazz distingue-se sobretudo pela maneira como eleva e rebate o assento traseiro, proporcionando uma configuração inédita do espaço traseiro. 
É igualmente um carro amplo para as dimensões exteriores e com bons acessos.
A presença das baterias fez a mala perder parte da sua capacidade: 223 litros contra 344 do 1.4 convencional. Conserva de série um pneu suplente, o que nos tempos que correm é de louvar. Por causa disto a plataforma de carga eleva-se ligeiramente. Quem quiser, poderá comprá-lo somente com kit anti-furo.


Atitude em estrada


Uma palavra final para o desempenho. Tive a oportunidade de ensaiá-lo na versão 1.2 e, posteriormente, nesta versão híbrida. Não tendo a ver com o motor propriamente dito, o comportamento em estrada do Honda Jazz Ima é bastante mais adulto e confiante.
O que não faz dele um desportivo, repita-se.
Não sendo, como disse, por causa de uma melhor resposta do motor, o aumento de peso, devido à presença da unidade eléctrica, mas principalmente das baterias, gerou a necessidade de uma suspensão traseira mais firme, capaz de sustentar melhor esse acréscimo.
Como se só por si isto não fizesse diferença, há ainda que contar com barras estabilizadoras à frente e atrás…
Tudo resulta numa atitude mais estável e num conjunto que adorna menos em curva.
Consumos: a média do ensaio andou ciclicamente entre os 5 e os 5,2 litros.


(*) IMA é a designação atribuída pela Honda ao seu sistema híbrido gasolina/eléctrico e por isso presente em todos os modelos que o utilizam. É a sigla de "Integrated Motor Assist", em português "assistência integrada por motor eléctrico". Trata-se de um conceito desenvolvido já há muitos anos pelo fabricante japonês, consecutivamente evoluído e que depende bastante da eficácia da caixa de velocidades de variação contínua.



Dados mais importantes
Preços desdecerca de 20 000 euros
Motor
1339 cc cc, 16 V, 88 (98) cv às 5800rpm, 121 (167) Nm às 4500 rpm
Prestações
175 km/h, 12,2 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,5 / 4,4 / 4,6 litros
Emissões Poluentes (CO2)104 gr/km


Mais modelos HONDA ensaiados anteriormente:

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Quarta-feira, 26.01.11

ENSAIO: Honda Jazz 1.2 i-VTEC City Top

Inovador em muitos aspectos, o utilitário da marca japonesa continua a surpreender pelo espaço generoso e a agradar por um desempenho bastante equilibrado. Uma década após ter surgido a primeira geração, recebe um novo atributo topo-de-gama que não só vinca ainda mais a validade do conceito, como mostra que ele ainda está em forma... para as curvas de uma qualquer cidade

Desde que foi lançado no mercado europeu em 2001, o Honda Jazz tem conhecido pequenas alterações estéticas, revisões mecânicas e incremento de equipamento. O essencial manteve-se ou foi mesmo reforçado: uma habitabilidade superior à esperada face a uma estrutura tão compacta (3,9 metros de comprimento por 1,7 de largura) e uma grande facilidade de condução, sobretudo graças a uma posição de condução mais elevada que tira partido de um avantajado pára-brisas e da restante superfície vidrada.

Em grande parte por causa disto o Jazz ("Fit" em alguns mercados) é muito apreciado pelo sexo feminino. Embora as alterações estilísticas introduzidas na presente geração, nascida em 2009, tenham-lhe acentuado um aspecto mais desportivo (ver AQUI o que realmente mudou), o interior manteve funcionalidades bastante familiares: facilidade de acesso ao banco traseiro ou à mala (com 350 litros), modularidade do assento traseiro que se eleva para permitir o transporte de objectos mais altos neste espaço (como vasos com plantas, por exemplo....), e conforto interior melhorado através dos bancos com melhor apoio e do uso de materiais com melhor capacidade de insonorização.


Mais equipamento

A versão ensaiada – City Top –, disponível somente na motorização a gasolina 1.2i de 90 cv, contém faróis de nevoeiro e jantes em liga leve, além de 6 airbags, controlo de estabilidade, ar condicionado, rádio/CD/MP3 com comandos no volante e computador de bordo. Mas o que realmente justifica os pouco mais de 17 mil euros é um equipamento excessivamente “topo de gama” para um modelo de pretensões tão utilitárias: um evoluído sistema de navegação, integrado no tablier, com um avantajado ecrã táctil de 7 polegadas, função bluetooth e porta de entrada USB.
Este sistema não será o mais intuitivo dos equipamentos de navegação, mas não é possível queixar-nos da falta de funcionalidades. Em certas alturas do dia, a incidência do sol que invade o habitáculo através do imenso pára-brisas do Jazz poderá prejudica a leitura, uma situação passageira que, diga-se em abono da verdade, também acontece frequentemente noutros modelos automóveis.

Pequeno e poupado

Vocacionado para as necessidades urbanas, como bem sugere o nome da versão, o Honda Jazz City Top tem, no entanto, na economia do motor e na agilidade do conjunto os seus melhores trunfos. A facilidade de manobra que permite inverter de direcção num espaço reduzido e a visibilidade reforçam-lhe essa tendência. Quando vai carregado (e torna-se fácil consegui-lo, porque tanto espaço o permite), requer um certo empenho da caixa de velocidades para conseguir ultrapassar limitações próprias de um motor pequeno mas ainda assim voluntarioso.
Que, nunca é demais lembrá-lo, se mostra bastante económico.


Dados mais importantes
Preços desde+/- 17000 (City Top)
+/- 16000 (City, s/GPS)
Motor
1198 cc, 16 V, 90 cv às 6000rpm, 114 Nm às 4900 rpm
Prestações
177 km/h, 12,5 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
5,3 / 4,5 / 6,5 litros
Emissões Poluentes (CO2)125 gr/km

Outros modelos Honda recentemente ensaiados

* Honda Accord Sedan 2.2 i-DTEC

* Honda Accord Tourer 2.2 i-DTEC 

* Honda Civic 1.4 i-VTEC Type S

* Honda Civic Hybrid 1.3 SOHC i-VTEC 

Honda CR-V 2.2i CTDi

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Quinta-feira, 25.03.10

Tendências do futuro


Não é fácil construir automóveis que sejam simultaneamente amigos do ambiente e agradem ao consumidor. Uma sucessão de normas que limitam as emissões obriga os construtores a lançarem continuamente novas versões para o mercado.

Com a protecção do ambiente na ordem do dia e ao preço a que os combustíveis estão, fabricar automóveis cada vez mais económicos e com baixa libertação de partículas e gases nocivos para a atmosfera é uma das muitas imposições a que está sujeito qualquer grande construtor mundial.
As apertadas normas europeias de emissões para veículos automóveis obriga-os a conceber novos modelos cada vez mais eficazes, de forma a poderem ser comercializados no espaço comunitário.

Para se ter uma ideia, a norma que entrou em vigor no final do ano passado, a “Euro5”, obrigatória para todos os veículos novos vendidos a partir de 2011, limita, nalguns casos, as emissões de partículas e de gases em 80 por cento face ao que até aqui era exigido.
No entanto, sabendo que em 2014 limites ainda mais restringidos terão que ser respeitados, os construtores começam desde já a estudar e a antecipar formas de poderem corresponder a tais exigências.

Ou seja, para além da segurança, do conforto e da habitabilidade, muito há a considerar quando se concebe um carro. Sem esquecer que, muitas vezes, o estilo e as linhas que definem o carácter e a aparência são tão ou mais importantes na hora da compra do que as características inicialmente referidas, apesar destas resultarem em maior benefício para o consumidor.

Poluição eléctrica?

Assim se explica a forte aposta em modelos híbridos ou movidos a electricidade, por exemplo.
Quanto aos últimos, uma nova questão tem vindo a colocar-se: a potencial perigosidade que pode advir para o meio ambiente, o tratamento deficiente ou incorrecto de baterias fora de uso.

Por outro lado, a menos que a electricidade necessária para o carregamento das mesmas provenha de fontes de energia renovável, o incremento do consumo da electricidade pode também implicar a libertação de gases e/ou partículas poluentes.

Em todo o caso, este parece ser o melhor rumo a seguir. Foi por causa disso que em Genebra se assistiu à apresentação de tantos novos híbridos e modelos com propulsão eléctrica, embora os focos de luz dos pavilhões do salão automóvel suíço também estivessem voltados para algumas criações que primam, no mínimo, pela sua originalidade. Nalguns casos, poucos, não passam de meros exercícios de estilo destinados a captar as atenções dos visitantes.


Noutros ensaiam formas futuras de locomoção e dão a conhecer os progressos alcançados, nomeadamente pela electrónica, mas também pelo uso de materiais mais leves e por uma aerodinâmica mais cuidada, como forma de reduzir consumos.


E, como há muito é feito em eventos desta dimensão, os que estão mais próximos dos veículos de série destinam-se a aferir a receptividade de potenciais consumidores. Sem outro critério que não seja a sua espectacularidade, estes são apenas alguns dos muitos exemplos do que acabou de se afirmar.

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Sexta-feira, 10.07.09

Honda Insight 1.3 SOHC i-VTEC


Carro mealheiro
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Duas ideias a reter: um familiar económico, proveniente de uma grande marca, custa pouco mais de 20 mil euros. A segunda é que ensina a poupar
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À partida, tem ar de concept-car. Quer dizer, não é propriamente um carro bonito, embora, em abono da verdade também não se possa afirmar que é feio.

Desde logo se lhe adivinha a sua veia futurista. Não é tão estranho quanto o primeiro Insight o foi quando surgiu no século passado (1999…), e é definitivamente mais prático e mais versátil.

Senão vejamos: este carro é aquilo a que se convencionou chamar um veículo híbrido, no caso motorizado com um motor de explosão (a gasolina) e auxílio de um outro eléctrico. Ora para o funcionamento deste último são necessárias baterias, geralmente pesadas e volumosas.

No Civic Hybrid, estas encontravam-se nas costas do banco traseiro impedindo o seu rebatimento. No Honda Insight isso já não acontece, localizando-se na zona da mala. Claro que por causa disso, o plano do piso ficou elevado e a capacidade, no total, vai pouco além dos 400 litros.

Para quem estranha, tirando o facto de umas linhas de certo modo futuristas, estudadas para optimizar a fluidez aerodinâmica, à vista praticamente nada o distingue de viaturas menos amiga do ambiente… porque é disso que aqui se trata.

Já quanto ao interior, o caso muda de figura!

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Vamos jogar?

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Não se trata propriamente de um jogo, mas quem quiser pode encará-lo como tal. Sem tentar parecer muito infantil na descrição, o objectivo é "ganhar" o maior número de flores, o mais completas possíveis e ainda… fazê-las florir!

O prémio? Bem, o prémio o condutor vai tendo-o ao longo da condução com aquilo que poupa ao ambiente e à sua carteira. À disposição tem uma série de informações: consumos médios e instantâneos, mas isso é habitual. Mas também indicações da eficiência da condução: uma luz no velocímetro verde indica poupança, a sua evolução para azul até um azul bem carregado, menos economia. Há ainda indicadores do modo como a energia está a ser utilizada ou de que forma a viatura está a ser impulsionada — só o motor a gasolina, os dois em simultâneo para aumentar a força ou só o eléctrico — se está a carregar as baterias em desaceleração, por exemplo, e as "plantinhas" vão nascendo e crescendo em concordância, ensinando e incentivando à poupança.

No fim quem for o melhor jardineiro, perdão condutor mais eficiente, leva a taça… e abre menos os cordões à bolsa nos reabastecimentos.

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Divertido e prático

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Foi assim que encarei este carro. De forma divertida, despretensiosa e consciente da importância destes veículos não apenas na conservação do nosso Planeta, mas também da nossa conta bancária, mais a mais em tempos de crise.

Por ser abrangido por benefícios fiscais é possível ao Honda Insight ter um preço bastante concorrencial e beneficiar ainda de bonificações no Imposto de Circulação.

Em termos práticos, feitas as contas, este Honda não é mais económico para a carteira do que alguns familiares com pequenos motores a gasóleo; mas que, à partida, custam mais, poluem mais e tendem a ser mais ruidosos.

Numa condução normal urbana, o consumo médio de combustível fica acima dos sete litros, pese embora um muito eficaz sistema Stop & Go. Em estrada e sem exagerar, conseguem-se médias em torno dos 5,5. Quanto a funcionar apenas com o motor eléctrico, é possível… mas às vezes tentar fazê-lo, torna-se num exercício de paciência e sensibilidade do pé que pisa o acelerador.

Onde este motor auxilia e muito, é nas ultrapassagens e recuperações, porque o funcionamento em simultâneo dispara o binário para um valor que o seu pequeno motor a gasolina não alcançaria. Nessas alturas ocorre também um aumento do ruído a bordo, em grande medida devido ao funcionamento da caixa de velocidades automática.

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Realidade

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Em que mais casos, por cerca de 20 mil euros se tem um familiar da Honda com caixa de velocidades automática? Para quem não gosta deste modo de transmissão, apenas um conselho: experimentem! É mais fácil acomodarmo-nos à "preguiça" e ao conforto do seu uso do que ao inverso…

No geral, o Insight é um carro que não prima por materiais nobres no interior, largamente compensado pelo rigor dos acabamentos. Está num patamar inferior ao Civic. O tablier é prático, bem aproveitado e com pequenos espaços. Embora algo diferente na disposição, basta uma olhar rápida aos comandos para que estes se tornem intuitivos.

Boa pontuação para o conforto, obra e graça de bancos que oferecem um excelente apoio do corpo. O espaço traseiro é normal, um pouco condicionado pela altura devido à forma da carroçaria. A suspensão macia perdoa alguns excessos de condução mas convém não abusar.

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PREÇO, desde 20000 euros MOTOR, 1339 cc, 88 cv às 5800 rpm, 121 Nm às 4500 rpm, 16 válvulas CONSUMOS, 4,6/4,2/4,4 l (extra-urbano/combinado/urbano) EMISSÕES POLUENTES 101 g/km de CO2

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Quarta-feira, 11.02.09

Honda Accord Sedan 2.2 i-DTEC

Ego inflado

HÁ CARROS que falam por si. Este é um deles. Há carros que se impõem naturalmente; não porque sejam os mais bonitos, os mais confortáveis, os mais espaçosos, ou sequer por que tenham aspecto de serem os mais rápidos. Não se tornam mais atraentes por disporem de um preço competitivo dentro da classe. Não! O Accord é exemplo de como um produto de uma marca generalista pode tornar-se tão exclusivo que, por vezes, passa à margem na hora da decisão. Mas quem o sabe escolher e o tem, conserva-o. Por estas duas razões, por exemplo, não é fácil encontrá-lo no mercado de usados. O modelo não perde actualidade e goza ainda da fama e do proveito de ser considerado uma das viaturas mais fiáveis dos últimos anos, com os melhores índices de satisfação entre os seus clientes.

O PRIMEIRO factor de escolha de um carro é essencialmente emocional. Claro que existem muitos outros de ordem racional mas, tendo em conta o primeiro, a estética é sem dúvida um dos aspectos mais importantes de qualquer produto. Quando afirmo que ele se impõe por si, facilmente, as formas e a volumetria não são certamente alheias. O Accord não é um carro que parece grande. Ele é realmente grande, não tanto pelo comprimento, antes impondo uma largura que lhe dá um extraordinário desafogo interior. Nomeadamente no banco traseiro onde ombreia com os melhores do segmento.
Quando se olha para a sua frente imponente percebe-se isso. O grupo óptico, esguio, o pára-choques imponente e a grelha, de dimensões generosas, contribuem. Conferem-lhe não só o necessário dinamismo, como reforçam a personalidade de um carro proveniente de um construtor com ligações fortes ao desporto automóvel.

A LARGURA retira-lhe alguma agilidade em manobra, é um carro que requer atenções redobradas. Tem como auxiliares preciosos, consoante o nível de equipamento, sensores no pára-choques e uma câmara vídeo para as manobras traseiras. A leitura desta não é de todo a mais intuitiva - não o será também o funcionamento do sistema de navegação -, faltando-lhe, por exemplo, barras que indiquem e orientem os espaços de manobra, como acontece noutros sistemas similares. É ainda assim muito útil, porque o Accord tem uma traseira alta. Já a visibilidade dianteira se torna mais fácil porque os bancos da frente dispõem de regulação em altura. Embora a tendência natural dos carros da marca japonesa seja uma posição de condução baixa; o Accord não foge à regra se for essa a vontade.
O que só acentua ainda mais a volumetria do tablier: bonito, funcional e de aspecto bastante robusto. Pressente-se a qualidade, dos materiais escolhidos, ao rigor de construção. Os painéis encaixam perfeitamente, não há folgas e apenas alguns plásticos menos à vista, em zonas inferiores, parecem menores. Há muitos espaços úteis, até lateralmente, em baixo, na zona central do tablier. A visibilidade do painel LCD é por vezes afectada pela luz exterior.

MANTENDO a análise pelo interior do Accord, destaco o funcionamento preciso dos comandos e que contribuem para a boa impressão de solidez e qualidade. No volante existem alguns comandos principais direccionados para o sistema áudio e para o computador de bordo. Mas o destaque principal para o equipamento que o familiar da Honda pode receber, vai inteirinho para a área da segurança. Daí que mereça uma referência no final e lembrar que nos testes de colisão EuroNcap, recebeu classificação máxima quanto à protecção dos ocupantes. E a mais elevada entre os grandes familiares, no que toca aos peões.
A mala tem 460 litros de capacidade e acesso condicionado por ser um quatro portas. Nada a destacar para além, mais uma vez, da qualidade dos revestimentos.
Em termos de conforto, a suspensão um pouco seca mostra mais eficácia em termos dinâmicos do que a amortecer as irregularidades do piso. É um carro para estrada, para boas estradas, onde possa fazer valer as suas qualidades de comportamento e de eficácia mecânica. Nessas alturas desaparecem o ruído de rolamento e o do funcionamento do motor, que tende a ser silencioso em regimes e velocidades mais altas.

A SUSPENSÃO firme confere ao Accord uma assinalável estabilidade. Recorrendo a um chavão, diria que curva como se o fizesse sobre carris, com todo o conjunto a acompanhar a trajectória que lhe é exigida pela direcção. Direcção que não é de todo leve, mas esse factor acentua a noção de qualidade porque não acontece por falta de assistência. Responde rápida, com segurança e, em velocidade, contribui, aqui sim, para tornar o conjunto extremamente ágil.
Não sendo de acelerações fulgurantes, este motor diesel encontra-se, seguramente, entre os mais económicos. O bom escalonamento da caixa e a elasticidade de um motor, cujo binário começa a fazer-se sentir cedo, ajudam a que se possa desfrutar também de uma condução tranquila e bastante económica, com médias em redor dos 5,5 litros. A mesma caixa de seis velocidades que, quando explorada de outra forma, mostra precisão e rapidez nas trocas, tendo, aliás, posição e forma que se adaptam ao efeito. Com um desempenho bastante consistente e um comportamento que inspira muita confiança, a verdade é que o Accord garante ainda alguma vantagem no facto de não ser dos mais pesados da categoria.

PREÇO, desde 46740 euros MOTOR, 2199 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., 350 Nm às 2000/2500 r.p.m., 16 V., common rail, turbo de geometria variável, intercooler CONSUMOS, 7,3/4,6/5,6 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 150 g/km de CO2

Disponível como opção, o Sistema Avançado de Assistência à Condução (ADAS) congrega:

- Assistência à manutenção na faixa de rodagem (LKAS - Lane Keeping Assist System): recorre a uma câmara para detectar se o veículo se desvia da faixa de rodagem, corrigindo a trajectória quando necessário.

- Controlo da Velocidade de Cruzeiro Adaptável (ACC - Adaptive Cruise Control): utiliza um radar de ondas milimétricas para manter uma distância constante em relação ao veículo da frente.

- Sistema de Travagem Atenuante de Colisões (CMBS - Collision Mitigation Brake System), que monitoriza a distância de seguimento e a relação de aproximação entre o Accord e o automóvel da frente, alertando o condutor para a possibilidade de colisão e ajudando a reduzir os seus efeitos em caso de acontecer.

Estes avisos podem acontecer de forma sonora, visual no painel de bordo ou por esticão do cinto de segurança do condutor.

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