Em tempo de "vacas magras", a sabedoria popular diz que "no poupar é que está o ganho". No caso dos automóveis essa tarefa revela-se bastante complicada. Embora não impossível! A melhor forma de poupar uns euros é mesmo... andar a pé, de transportes públicos ou então comprar uma bicicleta. Qualquer destas opções é não só mais saudável como mais económica. Ainda que nem sempre viável. Por isso, eis uma série de conselhos de poupança, do automóvel, da carteira e por causa de tudo isto, também do ambiente.
Vamos começar pelo conselho mais importante de todos: conduza com tempo, porque esse factor irá condicionar todo o resto da sua condução. Se não tiver pressa pode moderar a velocidade e, ao reduzir o stress gerado pela ansiedade horária, irá evitar acelerações bruscas. Daqui resultará uma condução mais tranquila e menos sujeita a acidentes. E também a multas. Afinal, qualquer destes "azares" poderá "encarecer" ainda mais a viagem.
Além disso evite trajectos curtos. Não raras vezes, o tempo perdido no trânsito ou à procura de lugar para estacionar é superior aquele que demoraria se optasse por ir a pé. Por exemplo. O desgaste mecânico e os consumos são igualmente mais elevados, sobretudo porque o motor do seu carro não chega a aquecer e o mesmo acontece ao catalisador da viatura (Ver AQUI o resultado desse esforço).
Conduza com tempo
Se optar por uma condução com tempo, além de poder manter uma velocidade constante ou até evitar as auto-estradas (onde poupará nas portagens, a menos que os gastos de combustível sejam superiores devido ao percurso ser mais longo), vai certamente ter ocasião para deixar o carro deslizar muitas vezes sem necessidade de acelerar, como acontece em descidas ou na aproximação de cruzamentos e semáforos.
Os ganhos obtidos com este procedimento são elevados e é em parte nisto que se baseia o sistema "Stop & Go" de alguns veículos que apresentam baixas emissões poluentes.
Existem dois valores importantes num motor: a potência e o binário. Geralmente fala-se muito do primeiro, embora o segundo seja bastante mais importante. O binário afere a força contínua de um motor durante o regime ideal de rotações, enquanto que a potência corresponde apenas a um valor máximo num determinado momento. Para os mais leigos, o binário de um motor é a força que este é capaz de produzir para ser utilizado sobre o eixo das rodas que movimentam o veículo. Geralmente é alcançado num determinado regime do motor, pelo que tudo o que seja "esticar" as mudanças para além disso é, em regra, puro desperdício de energia. Consulte as características do automóvel e numa condução tranquila ou em percursos planos, troque sempre para uma mudança superior um pouco antes do conta-rotações lhe mostrar que atingiu esse valor.
Mantenha a saúde do automóvel
Há uma série de procedimentos simples e óbvios que irão ajudar a reduzir nos consumos: manter a pressão dos pneus correcta consoante a carga e ter estes em bom estado (ler AQUI a importância do pneu); evitar atritos mecânicos ou aerodinâmicos, como as barras no tejadilho ou as janelas desnecessariamente abertas durante a condução. Outra forma de poupar é desligar equipamento gastador de energia como o ar condicionado, o aquecimento dos bancos ou luzes desnecessárias. E, claro está, evitar avarias motivadas por aquecimento devido à falta de líquido refrigerante, pouco lubrificante ou manutenção não atempada do seu carro, quer este seja novo ou tenha vários anos.
Se está a pensar trocar de automóvel para um novo, algumas marcas ainda oferecem descontos equivalentes ao incentivo ao abate de viaturas com mais de oito anos que vigorou até ao final de 2010. Em 2011 o Estado só comparticipa na situação de compra de um veículo eléctrico.
Saiba ainda que, se optar por um usado, veículos com matrícula anterior a Julho de 2007 pagam em geral menos Imposto Anual de Circulação do que os mais recentes. Deve ter em atenção e ponderar outros custos, como o facto das viaturas ligeiras de passageiros terem que ser submetidas, obrigatoriamente a partir dos 4 anos de idade da matrícula, à Inspecção Periódica (IPO).
Uma despesa permanente
Se há um bem capaz de gerar despesas mais ou menos regulares, ele é certamente o automóvel. O pior é que também pode ser um sorvedouro inesperado de dinheiro e por isso há que ter muita atenção durante a sua compra, que não deve(ria) ser motivada apenas por razões de carácter emocional. É por isso que o sector automóvel é um dos maiores contribuintes para o orçamento anual do Estado. Além dos impostos pagos à cabeça no acto de compra e o de circulação desembolsado anualmente, o proprietário de um carro contribui com o imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), o IVA das portagens, das reparações, dos acessórios e do seguro automóvel.
Para este último que fica reservado o conselho final de poupança. Caso nunca tenha tido um acidente é bastante provável que encontre prémios mais baixos entre companhias que operam via telefone ou internet, como a OK Teleseguro, Logo, Seguro Directo ou até mesmo Seguros Continente. Faça uma simulação e se o prémio a pagar for mais baixo, pressione a sua companhia a aumentar-lhe o bónus ou simplesmente troque de seguradora. Não se retraia devido ao facto de muitas destas companhias operarem quase exclusivamente por telefone ou pela internet, porque essa é a razão que lhes permite manter os preços baixos. Quase todas pertencem a grandes grupos económicos ou instituições financeiras sólidas como a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo. É que aquilo que pode poupar com este gesto, compensa largamente todos os cêntimos arrecadados ao ter andado a abastecer o carro com o combustível mais barato...